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domingo, 14 de julho de 2013

UMA QUESTÃO ALÉM DO PESO, UMA QUESTÃO DE PERCEPÇÃO...




O acompanhamento psicológico para pacientes em processo bariátrico é muito importante, muitas vezes decisivo na felicidade e qualidade de vida  do paciente.
A cirurgia bariátrica não garante uma melhor qualidade de vida. Não é apenas uma questão médica, mas também psicológica. Sabe-se que alguns pacientes, depois da cirurgia, conseguem mudar o estilo de vida e manter um controle dietético rigoroso ajustado à nova situação.  Outros, apesar do emagrecimento, não se adaptam à nova condição e mantêm uma péssima qualidade de vida. Há casos também de pacientes que não conseguem manter o controle dietético e voltam a ganhar o peso perdido (Koyama, 2007).


Existe um  impacto emocional, alguns lidam com esse impacto  com resiliência, entretanto pode haver  alterações comportamentais negativas  decorrentes do emagrecimento rápido, que podem ser: depressão, ansiedade, ideação suicida e uso de substâncias tais como o álcool e o tabaco. 


É necessário haver um acompanhamento psicológico à pessoa que pretende realizar a cirurgia para a redução de peso. A cirurgia bariátrica pressupõe três questões :


1)    Tal procedimento não apresenta consequências imediatas e duradouras. O sucesso no tratamento depende da forma como o paciente vai lidar com o recurso cirúrgico. O paciente precisa assumir um compromisso de novos hábitos alimentares pelo resto da vida. Sem a mudança no comportamento radical no comportamento alimentar, a cirurgia perde o poder emagrecedor e frustra pacientes que não conseguem chegar ao peso desejado ou o fazem de maneira sofrida.


2)    A perda de peso, quando grande e acelerada, provoca uma mudança brusca na estrutura corporal que não é assimilada com a mesma rapidez pelo próprio paciente. É necessário tempo para que o paciente se adeque aos novos hábitos alimentares e novo estilo de vida.


3)     O emagrecimento não implica necessariamente a uma melhor qualidade de vida, Muitos pacientes que se submetem ao procedimento cirúrgico mostram uma associação direta entre emagrecimento e realização pessoal.



Etapas do Acompanhamento



1.ª Fase: Pré-cirurgia – média  5 sessões

- Avaliação psicológica  e emissão parecer técnico;

- trabalho didático para compreensão da cirurgia e do pós-cirúrgico;

- Preparação para uma mente magra.

2.ª Fase: Internação

- Preparação psicológica do paciente para o internamento, cirurgia, período  pós-cirúrgico imediato e da adesão aos seus requisitos.


3.ª Fase: Pós-cirurgia e Follow-up  - média 4 sessões

- Psicoterapia cognitiva comportamental para um enquadramento na nova vida;

- Reavaliação psicológica;

- Alta – caso o paciente esteja de acordo e que sua adaptação esteja adequada.




(texto de apoio KOYAMA, RE. A mobilidade de pacientes obesos no pós-cirúrgico bariátrico. São Paulo, 2007. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica.)

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